China pressiona Brasil por adesão à Nova Rota da Seda

Com a chegada do ex-presidente Lula à China, o país asiático pressiona o Brasil por uma possível adesão à Nova Rota da Seda, um plano de investimentos em infraestrutura ambicioso e controverso.


A iniciativa já conta com a participação de 20 países latino-americanos e, se o Brasil aderir, a China aumentaria ainda mais sua influência na região. No entanto, diplomatas brasileiros afirmam que a adesão teria mais resultado político do que econômico a curto prazo.

A Nova Rota da Seda completa dez anos em 2023 e consiste em projetos de infraestrutura em países da Ásia, África, Europa e América Latina, com o objetivo de criar uma rede de comércio e investimentos liderada pela China. Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil, e a adesão do país à iniciativa seria um ganho político considerável para Pequim.

As negociações em torno da adesão do Brasil à Nova Rota da Seda evidenciam uma divisão pública entre uma ala liderada por diplomatas do Ministério das Relações Exteriores e um grupo mais próximo ao presidente Lula, que inclui seu assessor especial para assuntos internacionais, o ex-chanceler Celso Amorim.

O Itamaraty vem afirmando que o Brasil não precisaria aderir ao projeto porque já é alvo de parte significativa dos investimentos internacionais chineses, enquanto membros do entorno de Lula defendem que a adesão poderia alavancar projetos de infraestrutura, como no agronegócio brasileiro e para a integração nacional.


No entanto, a adesão do Brasil ao projeto ainda é incerta e uma decisão formal neste momento está descartada. Diplomatas brasileiros afirmam que a pressão chinesa tem sido exercida, mas que uma adesão teria pouco efeito prático a curto prazo e que o assunto ainda está em discussão.

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