Declaração general Amaro gera revolta nos bastidores da PF

Uma declaração do general Amaro, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), gerou revolta nos bastidores da Polícia Federal e intensificou a disputa pelo comando da segurança do presidente Lula (PT).


Quando assumiu o cargo, Lula criou, por meio de decreto, a Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata do Presidente da República, responsável pela proteção do presidente e de sua família, composta em sua maioria por policiais federais.

No entanto, o mesmo decreto estabeleceu que, a partir de 30 de junho, a responsabilidade pela segurança voltaria exclusivamente para o GSI.

Agentes da PF entrevistados pelo blog consideraram a declaração arrogante, desrespeitosa e ultrapassada, uma vez que o conceito de comando único não está em consonância com a integração entre os diferentes órgãos de segurança pública.

Os agentes também se sentiram incomodados com o fato de Amaro afirmar que os militares se capacitam por 8 semanas para a função, enquanto os agentes federais, apenas 2 semanas.


“Ele esqueceu de mencionar que os policiais federais recebem treinamento específico em segurança de dignitários, participam de diversos cursos de atualização (inclusive com outras polícias do mundo) e, acima de tudo, exercem diariamente essa função”, indigna-se um policial federal ouvido pelo blog.

A PF aceita que o GSI fique responsável pela logística aérea, cerimoniais militares e outras atribuições que o órgão já possui em relação a estruturas estratégicas, como segurança cibernética. No entanto, acredita que a segurança do presidente deve continuar sob a responsabilidade dos policiais federais.

Em janeiro, o diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues, declarou em entrevista que “nenhum país estruturado no mundo tem militares fazendo a segurança do seu presidente”.

Uma ala do governo propõe uma solução em que PF e GSI atuem juntos, com os militares no comando.

No entanto, outro grupo considera essa mudança temerária, citando os recentes episódios envolvendo membros do GSI ligados ao movimento golpista de 8 de janeiro, bem como a saída do general Gonçalves Dias do comando do órgão após a divulgação de imagens dele ao lado de invasores do Palácio do Planalto.

Além disso, a PF foi responsável pela segurança de Lula durante a campanha, sob o comando de Andrei Passos Rodrigues, conquistando a confiança do presidente, da primeira-dama, Janja, e de outros familiares.

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