A deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) se pronunciou nesta terça-feira, 24, depois da repercussão sobre a nomeação de dois maquiadores para cargos comissionados em seu gabinete. A discussão ganhou destaque depois de uma sequência de postagens nas redes sociais que sugeriam o uso de verba parlamentar exclusivamente para serviços estéticos.
Segundo registros da Câmara dos Deputados, Índy Montiel e Ronaldo Hass exercem a função de secretários parlamentares no gabinete da congressista. Montiel ocupa um cargo classificado como SP20 desde 9 de junho de 2025, com remuneração aproximada de R$ 2,1 mil mensais. Já Hass, nomeado em 25 de março do mesmo ano, detém um cargo SP17, com salário estimado em R$ 9,6 mil.
A parlamentar afirmou em postagem na rede social X que “não contrata maquiador com verba de gabinete” e classificou as acusações como “simplesmente uma invenção”. “O que eu tenho são dois secretários parlamentares que, todos os dias, estão comigo e me assessoram”, declarou.
Erika explicou que os dois assessores atuam em atividades parlamentares diversas, como preparação de relatórios, assessoria em comissões e audiências, além de acompanhamento em agendas oficiais no Brasil e no exterior.
Apesar do histórico profissional dos assessores no campo da maquiagem, Erika defendeu a nomeação com base em competências ampliadas. “Sim, conheci eles como maquiadores, identifiquei outros talentos e os chamei para trabalhar comigo”, justificou. “Quando podem, fazem minha maquiagem e eu os credito por isso. Mas se não fizessem, continuariam sendo meus secretários.”
Perfis públicos de Montiel e Hass nas redes sociais apresentam registros das atividades desempenhadas junto à deputada. Montiel publicou em 27 de maio: “Mother Erika Hilton para sua condecoração pelo Presidente da República”, em referência a uma homenagem recebida pela parlamentar naquela data.
Ronaldo Hass também compartilhou registros com a deputada. Em 22 de fevereiro, publicou: “Erika Hilton com beleza minha para ensaio técnico da Paraíso da Tuiuti”. Em julho de 2024, publicou imagem ao lado da congressista com a legenda: “A mensagem que eu mais recebo: ‘Ronaldo, manda um beijo para a Érika’. Então, deixem o beijo para ela aqui nos comentários”.
Segundo as redes sociais do próprio Hass, ele acompanhou Erika em viagem à Europa, na qual a deputada participou da EuroPride, evento de celebração e discussão de direitos LGBTI, realizado em Lisboa.
Erika Hilton leva assessor a eventos na Europa
Durante a mesma viagem, Erika compareceu a um show da cantora Beyoncé. A parlamentar confirmou em publicação que foi notada pela equipe da artista e recebeu convite para assistir ao espetáculo de forma privilegiada.
No posicionamento divulgado em suas redes, Erika criticou a repercussão do caso. Para ela, a velocidade com que o episódio se espalhou foi “desumana” e parte de uma ação articulada: “Um tweet, que virou uma matéria de título tendencioso, que virou trending topic, que virou uma onda de tweets e postagens da parlamentares da extrema-direita e daquelas figurinhas de sempre”.
A deputada alegou que o episódio se insere em um cenário de perseguição política. “Isso não são sintomas de uma reação por uma contratação vista como suspeita num gabinete, (…) isso são sintomas de uma revanche, daqueles eternos derrotados no debate público”, escreveu.
Ao fim de sua manifestação, Erika reafirmou a continuidade de seu trabalho. “Aqui, eu e meu gabinete continuaremos trabalhando”, declarou. “Comigo, com Ronaldo, com Indy e com tanta gente extremamente qualificada.”
