“Eu gritei por socorro”, diz viúva de patriota morto na Papuda

Dias antes de passar mal durante o banho de sol e ter um infarto fulminante, Cleriston Pereira da Cunha teria se queixado à esposa, Jane Duarte, 45 anos, de dor no peito. Ela visitou o marido na última quinta-feira (16/11), quando ele relatou que não se sentia bem.



Ela contou que levava os remédios para o marido e que, com frequência, ele passava mal. “Eu avisei, dei atestado médico, laudo. Eu falava: ‘Gente, pelo amor de Deus”, explica.

O Metrópoles teve acesso a um laudo de julho – o documento mostra que, sem o devido tratamento, Cleriston corria risco de morte.

“Sempre relatava sobre a saúde dele. Nada foi ouvido, nada foi visto, nada”, indignou-se Jane. “Hoje eu me encontro viúva. E os nossos sonhos, quem vai realizar nossos sonhos?”, lamentou a mulher.

De acordo com a comerciante, Cleriston tomava nove medicamentos por dia, e ela, com frequência, levava os remédios ao presídio, para que o marido pudesse dar continuidade ao tratamento. Jane e Cleriston tinham 25 anos de casados e moravam há dois anos em uma casa localizada em Vicente Pires. O casal mantinha uma distribuidora de bebidas no Assentamento 26 de Setembro.

Segundo a família, as comorbidades de Cleriston surgiram após ele ter contraído a Covid-19. Na ocasião, ele teria ficado mais de um mês internado.

As autoridades apuram a causa da morte de “Clezão do Ramalho”, como ele era conhecido. Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape) confirmou que o óbito ocorreu na manhã dessa segunda, por volta das 9h. O preso era acompanhado por uma equipe multidisciplinar da Unidade Básica de Saúde (UBS) da prisão desde a entrada no complexo, em 9 de janeiro último.

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