Na última quinta-feira, 23, a Câmara Municipal de Bordeaux foi incendiada por manifestantes em meio aos protestos nacionais, que ocorreram na França, contra a reforma da previdência imposta por Macron. Não ficou claro quem foi o responsável pelo incêndio, que foi rapidamente apagado pelos bombeiros, uma pessoa foi detida.
À noite, a porta de acesso à Câmara Municipal de Bordeaux foi incendiada”, diz, em sua conta no Twitter, o presidente da instituição, Pierre Hurmic.
“Condeno, com a maior veemência, essa violência que não tem outro significado que não o de atacar a casa comum do povo de Bordeaux”, afirmou ele, acrescentando que “a intervenção dos serviços de incêndio e salvamento e dos agentes municipais permitiu conter o incêndio, preservando a integridade das instalações”, completou Hurmic.
Mais de um milhão de pessoas foram às ruas em toda a França durante o protesto nacional, sendo 119 mil delas em Paris, segundo dados do Ministério do Interior. A polícia disparou gás lacrimogêneo contra manifestantes na capital e 80 pessoas foram presas em todo o país.
Em Paris, as manifestações foram majoritariamente pacíficas, mas houve alguns confrontos entre a polícia e manifestantes mascarados que quebraram vitrines, demoliram parte do mobiliário urbano e atacaram um restaurante McDonald’s, segundo a agência de notícias Reuters.
Já a agência de notícias AP informou que as forças policiais usaram gás lacrimogêneo e foram alvejadas por objetos e fogos de artifício. Na capital, 33 pessoas foram detidas.
A primeira-ministra da França, Élisabeth Borne, escreveu no Twitter: “Demonstrar e expressar divergências é um direito. A violência e a degradação que testemunhamos hoje são inaceitáveis. Toda a minha gratidão à polícia e às forças mobilizadas.”
“Eu me oponho a esta reforma e realmente me oponho ao fato de que a democracia não significa mais nada”, disse um manifestante à Reuters. “Não estamos sendo representados e, portanto, estamos fartos.”
Também houveram confrontos nas cidades de Nantes, Rennes e Lorient, no oeste do país.
“As ruas têm legitimidade na França”, disse um manifestante em Nantes. “Se o senhor Macron não consegue se lembrar dessa realidade histórica, não sei o que ele está fazendo aqui”.
Os sindicatos e a esquerda consideraram o dia um sucesso. Mas analistas não sabem prever o que vai acontecer agora. Já o governo espera que os protestos percam força e que a violência nas ruas afaste as pessoas.