França vive caos: ‘Vamos parar a economia até Macron ceder’

Nesta quinta-feira, 23, a França vive mais um dia de manifestações. O país virou o caos após o presidente francês, Emmanuel Macron, implementar sua reforma da previdência sem passar pelo voto dos deputados da Assembleia Nacional francesa. 


Milhares foram novamente às ruas contra a reforma imposta por Macron, um grupo de pessoas bloquearam por uma hora o acesso ao terminal 1 do aeroporto Roissy-Charles de Gaulle, em Paris, e obrigaram os passageiros a caminharem até o local de embarque.

“Não temos escolha a não ser a greve e bloquear a economia até que Macron ceda e retire o projeto”, disse Fabrice Criquet, secretário-geral do sindicato Força Operária dos Aeroportos de Paris. O protesto começou por volta das 7h30 (4h30 no horário de Brasília), mas não interrompeu os voos, segundo um porta-voz do aeroporto. De 20% a 30% dos voos devem ser cancelados, principalmente nos trajetos mais curtos.

Em toda a França, ações de pequenos grupos de manifestantes bloquearam estradas e acesso a escolas e universidades, enquanto se reuniam com faixas com os dizeres “Não à reforma previdenciária”.

Perto de Toulouse, no sudoeste, nuvens de fumaça foram vistas subindo de pilhas de destroços em chamas paralisando o tráfego em uma rodovia. Ativistas sindicais também bloquearam os trilhos do trem na estação Gare de Lyon, em Paris, mostraram imagens da TV BFM.


Está prevista, para sexta-feira, 24, uma nova greve de controladores de acesso, de acordo com a rádio francesa ‘RFI‘. Essa é a onda de protesto mais séria no governo de Macron desde os coletes amarelos.


Na quarta, após um longo silêncio sobre a reforma, o líder francês fez um comunicado, onde declarou que não estava feliz com a medida, porém que ela era necessária e deverá ser implementada até o final do ano.

“É necessária. Não faço por prazer e não estou feliz de fazer esta reforma, preferia não tê-la feito. Poderia ter feito como muitos outros antes de mim e não me importar. Eu lamento que não soubemos explicar a necessidade desta reforma”, declarou Macron que disse que a decisão visa evitar um “déficit” na Previdência.

Com a mudança, aprovada definitivamente na segunda-feira, 20, após a rejeição de duas moções contra o líder, a idade de aposentadoria muda de 62 para 64 anos a partir de 2030 e acontecerá a antecipação para 2027 da exigência de contribuição por 43 anos, e não mais 42, para ter direito a uma pensão.

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