Nesta terça-feira (13/9), foi lançado um estudo afirmando que as milícias alcançaram a influência do tráfico de drogas e passaram a ocupar metade das áreas dominadas por grupos armados na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Enquanto isso, mais de 2 milhões de pessoas estão sob controle da facção do tráfico de drogas Comando Vermelho.
A pesquisa do Instituto Fogo Cruzado e do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos, da Universidade Federal Fluminense, mostra que o crescimento territorial dos grupos paramilitares foi de 387% em 16 anos. Com 256,28 Km² – 10% do estado, o domínio corresponde a quase duas vezes o tamanho da cidade de Niterói.
Segundo o sociólogo Daniel Hirata, coordenador do Geni-UFF, destaca que neste momento os grupos paramilitares passam por um novo ciclo de expansão, tornando-se a maior ameaça à segurança pública do estado.
“A tendência é bastante clara quando a gente observa o mapa, de que as milícias estão se tornando cada vez mais o grupo hegemônico no Rio”, diz ele.
O especialista em segurança pública observa também que o tráfico não perdeu espaço, apesar da expansão da milícia.
“É importante dizer que os outros grupos também cresceram. O CV [Comando Vermelho] teve uma ligeira queda nos últimos anos, mas segue forte em relação às outras facções. O TCP é curioso porque tem curvas de crescimento que são semelhantes no tempo e espaço com as milícias, e o ADA tende a desaparecer”, afirma Hirata.
Enquanto os grupos paramilitares cresceram 387,3% no período, o CV aumentou seus domínios em 58,8%.
O levantamento aponta que ao menos 90% da expansão territorial dos grupos paramilitares se deu em localidades que não eram dominadas por nenhum grupo criminoso anteriormente.
Os principais eixos de expansão foram a zona oeste carioca, hoje quase integralmente dominada, e a Baixada Fluminense, onde há presença majoritária desses grupos em municípios como Itaguaí, Seropédica, Queimados e Nova Iguaçu.
A pesquisa foi feita, com a intenção de determinar qual grupo criminoso dominava cada área em cada momento, os pesquisadores utilizaram informações contidas em 689.933 denúncias anônimas envolvendo tráfico e milícias recebidas pelo Disque-Denúncia entre 2006 e 2021.
Agradeçam ao facchin e ao psb.