‘Isso sim é uma investida fascista’, diz PCO, sobre decisão que suspendeu Telegram

O Partido da Causa Operária (PCO), de extrema esquerda, classificou como “uma investida fascista” e uma forma de “perseguição em massa” a decisão judicial que determinou a suspensão do aplicativo de mensagens Telegram no Brasil.

O juiz federal Wellington Lopes da Silva, da 1ª vara Federal de Linhares (ES), proferiu a decisão depois que a plataforma se recusou a fornecer dados de usuários. O pedido de acesso foi feito pela Polícia Federal, que investiga ataques a duas escolas do município de Aracruz, em novembro.

“Isso sim é uma investida fascista. O fascismo é uma medida da burguesia para destruir as democracias operárias. As formas que a classe operária tem para se organizar. E, nesse sentido, estão destruindo uma rede inteira”, escreveu o PCO, em seu perfil no Twitter.

O partido está preocupado com a invasão da privacidade de todos os usuários e o aumento do poder do Estado, por meio da polícia. “Eles querem criar um mecanismo para você invadir a privacidade do indivíduo. Se o Telegram é obrigado a fornecer os dados de qualquer usuário pra polícia, a polícia pode olhar o telefone, o endereço de cada cidadão de cada grupo”, explica o partido.

O PCO lembra que a medida, tomada para coibir um grupo supostamente neonazista, poderá ser adotada, em outro momento, contra outros grupos, independentemente de sua posição político-ideológica.

“Pode ser de um grupo de apoio ao Lula, pode ser do grupo do PCO… É uma forma de perseguição em massa das pessoas”, escreveu a legenda. “Se a esquerda quiser se organizar pelo Telegram, não vai poder. Daqui a pouco, se quiser se organizar pelo WhatsApp, pelo Instagram, não vai poder. Daqui a pouco vai ter que voltar aos velhos tempos.”

Por isso, para o PCO, partido de extrema-esquerda, o “Telegram não deveria ter entregado nada, mas está certíssimo em não entregar estes dados e essa multa é um absurdo”.

De extrema esquerda, o PCO tem feito manifestações inequívocas pela liberdade de expressão, como, por exemplo, ao defender o direito do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) de fazer críticas à ocupação de espaços de mulheres por “mulheres trans”.

Por fazer críticas à postura autoritária do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o PCO teve as redes sociais bloqueadas por decisão do próprio ministro criticado em junho do ano passado. Recentemente, em março, as páginas do partido foram parcialmente liberadas.


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