Após ser atacada por alunos, Janaina Paschoal recebeu apoio de docentes da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, ligada à Universidade de São Paulo (USP). Os professores saíram em defesa do retorno da deputada estadual às salas de aula da instituição, onde leciona direito penal.
Na última segunda-feira, 6, o Centro Acadêmico XI de Agosto, divulgou um abaixo-assinado contra a volta da parlamentar, alegando que ela “não é mais bem-vinda” após ter tido uma “contribuição indecente para o País” nos últimos anos.
Dentre as alegações dos estudantes estão a proximidade da deputada com Jair Bolsonaro e sua participação no Impeachment.
O diretor e a vice-diretora da faculdade, Celso Campilongo e Ana Elisa Liberatore Bechara, emitiram uma nota em que lembram os direitos de “livre manifestação do pensamento e a liberdade de consciência” garantidos pela Constituição de 1988, que se aplicam também às diretrizes das atividades intelectuais e científicas.
“É na trilha dos mandamentos constitucionais que garantem a liberdade de cátedra e a livre manifestação do pensamento de todos os seus docentes que a Faculdade reafirma seu compromisso continuado e inabalável com a construção da democracia e o crescente respeito às diferenças.” diz a nota.
Em artigo publicado em um site jurídico, o ex-diretor da São Francisco, Floriano de Azevedo Marques Neto, que afirma ter ideias “absolutamente opostas” às de Janaina, defendeu que o desejo de proibir o retorno da parlamentar às salas de aula é um “desrespeito à história de pluralidade” da instituição.
Janaina reforçou que não teme ser impedida de retornar à cátedra e que não há embasamento legal para destituí-la do cargo de professora.