Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, criticou a tentativa de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar os atos ocorridos em 8 de Janeiro e disse que a iniciativa pode tirar o foco do Congresso de pautas mais importantes para o Palácio do Planalto. Pautas como a reforma tributária e o novo arcabouço fiscal.
Ele afirmou, que no entanto não há uma orientação do governo para a retirada de assinaturas do requerimento de instauração do colegiado, feito pela senadora Soraya Thronicke (União-MS) e que conta com o apoio de parlamentares filiados a partidos da base aliada.
Jaques Wagner sustenta que a decisão sobre apoiar ou não uma CPI caberá a cada bancada. O próprio líder chegou a assinar o requerimento de Thronicke logo após o ocorrido. Agora, porém, diz que não vê sentido na instalação, sob argumento de que já há uma investigação em curso, com pessoas presas e envolvidos identificados.
“Eu entendo que devemos usar CPIs para apurar coisas que efetivamente possam contribuir com a sociedade. Acho que os fatos de 8 de janeiro, com muita tristeza, já estão esclarecidos”, alegou.
O primeiro pedido de CPI dos Atos foi protocolado ainda em janeiro pela senadora Soraya Thronicke e reúne assinaturas de 40 parlamentares desta legislatura. O apoio, porém, deve cair. Integrantes da tropa de choque de Lula, como o próprio Wagner e o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), subscreveram o requerimento e devem voltar atrás.
Na segunda-feira, parlamentares da oposição também protocolaram um pedido de uma comissão parlamentar mista de inquérito com a assinatura de 189 deputados e 33 senadores. A CPMI conta, inclusive, com o apoio de deputados de partidos da base aliada do governo.
Em entrevista a jornalistas nesta terça, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que, se confirmadas as assinaturas, fará a leitura do requerimento tanto da CPI quanto da CPMI.