Lula cogita expulsar embaixador de Israel no Brasil

O Governo Lula está considerando expulsar o embaixador de Israel, Daniel Zonshine, como uma forma de protesto contra as atitudes do governo de Benjamin Netanyahu, que envolveram ofensas ao presidente Lula e ao embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer.

A informação foi revelada pela jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo, que teve acesso a fontes do Palácio do Planalto e do Ministério das Relações Exteriores.

Segundo ela, a medida extrema foi discutida pelo presidente Lula com o seu assessor especial para assuntos internacionais, Celso Amorim, em uma reunião na segunda-feira (19).

A expulsão do embaixador israelense seria uma resposta ao que o Brasil considera uma série de agressões diplomáticas por parte de Israel, que começaram com a declaração de Netanyahu de que Lula era persona non grata em seu país, após o líder brasileiro ter criticado a política de assentamentos israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

A situação se agravou quando o embaixador brasileiro em Israel, Frederico Meyer, foi convocado pelo Ministério das Relações Exteriores israelense e recebeu um tratamento hostil, sendo acusado de interferir nos assuntos internos de Israel e de apoiar o terrorismo.

O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, também se reuniu com Zonshine na segunda-feira, em Brasília, e manifestou o descontentamento do Brasil com as ações de Israel. Vieira teria sugerido, de forma diplomática, que o embaixador poderia ser expulso se a crise não fosse resolvida.

O Brasil espera que Israel se retrate das ofensas e reconheça o direito do Brasil de expressar sua posição sobre o conflito no Oriente Médio, que é baseada no respeito ao direito internacional e à solução de dois Estados.

A expulsão de um embaixador é um gesto de extrema gravidade nas relações diplomáticas entre dois países, e pode levar a uma ruptura ou ao rebaixamento dos laços bilaterais. O Brasil e Israel mantêm relações diplomáticas desde 1949, e têm acordos de cooperação em diversas áreas, como comércio, ciência, tecnologia, defesa e agricultura.


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