Mais de 20mil servidores do Judiciário recebem salários acima do teto

De acordo com um levantamento realizado no Portal da Transparência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 21.893 servidores do Judiciário estão recebendo salários mensais que ultrapassam o teto do funcionalismo público estabelecido em R$ 41.650 em abril de 2023. Esse grupo representa cerca de 83% dos recursos destinados a esse poder no país.


Esses “supersalários” são resultantes de diversas gratificações, tais como vencimentos de férias, indenizações, acúmulo de função, além de auxílios como transporte, pré-escola e internet. Algumas resoluções estaduais permitem que juízes e desembargadores estaduais excedam o limite imposto. Segundo o CNJ, esses benefícios adicionais custaram, pelo menos, R$ 415 milhões à União apenas em 2019, último ano com dados completos disponíveis.

Até junho de 2023, o total desembolsado para esses 21 mil servidores ultrapassa R$ 7,647 bilhões, considerando-se os valores brutos, sem descontos. O maior vencimento nesse período foi registrado em maio para um juiz do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Caio Luiz Rodrigues Romo, que recebeu R$ 909 mil, incluindo férias atrasadas.

Os Tribunais de Justiça de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro apresentam a maior quantidade de servidores que estão recebendo salários acima do teto, sendo 5.631, 1.775 e 1.414 servidores, respectivamente.

Entretanto, é importante ressaltar que o cenário completo não é totalmente retratado nos dados disponíveis. Alguns Tribunais, como o de Justiça do Piauí, deixaram de disponibilizar informações no sistema do CNJ desde outubro de 2019. Da mesma forma, os TJs do Ceará e de Roraima não divulgam seus contracheques desde 2021 e 2022, respectivamente. Além disso, alguns Tribunais Regionais também não apresentam registros desde outubro de 2020 e outubro de 2021. Essas lacunas tornam essencial uma análise mais abrangente para compreender a totalidade do cenário salarial no Judiciário brasileiro.


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