Ministro interino diz que enviará ao STF informações sobre servidores do GSI nos atos de 8 de janeiro

O ministro interino do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ricardo Cappelli, declarou nesta quinta-feira, 20, que está levantando informações sobre a atuação de servidores do órgão no Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro. Cappelli afirmou que enviará os dados apurados ao Supremo Tribunal Federal (STF), em cumprimento à determinação do ministro Alexandre de Moraes.


Na quarta-feira, 19, Moraes determinou que Cappelli identifique todos os servidores – civis e militares – que aparecem nas imagens gravadas por câmeras de segurança do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro. O objetivo é investigar a atuação dos servidores durante a invasão ao Palácio por apoiadores do então presidente Jair Bolsonaro.

Cappelli participou de uma reunião com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e com o comandante do Exército, general Tomás Paiva, em Brasília. Durante a entrevista coletiva após a reunião, Cappelli afirmou que está levantando informações sobre a pasta do GSI para apresentar sugestões de mudanças ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele disse que o encontro com Lula ocorrerá após a viagem do presidente à Europa.

O comandante do Exército, general Tomás Paiva, afirmou que a instituição está “colocando todas as informações” sobre os atos golpistas à disposição do GSI. Ele disse que o Exército está colaborando com as investigações sobre a invasão ao Palácio do Planalto e que está aberto para trocar todas as informações necessárias.

Quando questionado sobre a atuação dos militares do Exército na invasão, Paiva afirmou que é um problema da justiça e que compete a ela verificar onde a pessoa será julgada, se eventualmente ela tiver culpa. Ele afirmou que a instituição está colaborando com as investigações como um todo.


Imagens do circuito interno de segurança do Palácio do Planalto divulgadas pela CNN mostram o ex-ministro do GSI, general Gonçalves Dias, e servidores da pasta caminhando entre invasores no dia 8 de janeiro. A equipe do GSI ofereceu água para os invasores e indicou uma saída de emergência a eles. Dias disse que ele e sua equipe estavam direcionando os bolsonaristas que invadiram o Planalto para o segundo andar, onde seriam presos.

Horas após a divulgação das imagens, Dias e o número 2 do GSI, Ricardo José Nigri, pediram demissão dos cargos. Cappelli foi designado por Lula para ser o ministro interino da pasta.

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