Nesta quinta-feira (21), o ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse que a pressão de representantes do Congresso Nacional sobre a sua gestão também tem motivação “evidente” em questões de gênero. A fala foi feita em entrevista à CNN Brasil.
De acordo com Nísia Trindade, as críticas motivadas pela demora na liberação de emendas parlamentares e pela sua liderança pouco “agressiva” fazem parte de um “ambiente de manifestação de machismo“.
“Com certeza, a questão de gênero está muito mais do que evidenciada no meu caso. Não tenho a menor dúvida. Isso não diz respeito a políticos de partido A ou B. Sou uma pessoa sem filiação, apesar de estar em uma posição de esquerda, mas vejo claramente, em qualquer ambiente, que a manifestação de machismo existe. No caso do Ministério da Saúde, com o orçamento e capilaridade que tem, claro que isso é mais acentuado”, disse a socióloga.
A ministra de Lula disse que não mudará seu perfil de liderança para “reproduzir o padrão de que uma autoridade deve ser agressiva”. Ela ainda afirmou que o tempo em que presidiu a Fiocruz foi suficiente para comprovar sua capacidade de gestão.
“Eu me considero uma liderança, não por uma avaliação minha, mas porque a prática diz isso. Ninguém exerceria a presidência da Fiocruz em condições tão adversas como as que tive, sem capacidade de liderança política e técnica. Temos que repensar esses modelos de autoridade”, disse Nísia.
- Pai de Neymar nega pagar fiança de Daniel Alves
- Dino rejeita recurso de Bolsonaro contra multa mil aplicada pelo TSE