O balão espião fazia parte do programa de monitoramento da China

O balão espião chinês, abatido pelos EUA, fazia parte programa de monitoramento do país e utilizava uma tecnologia desenvolvida pelo principal cientista aeronáutico da China, Wu Zhe. Em 2019, ele havia anunciado o lançamento de um dirigível que voava a mais de 18 mil metros de altura e navegava boa parte do planeta, inclusive sobre os EUA. Mas na época o anúncio não recebeu muita atenção.


Na época, o cientista revelou que o dirigível foi um marco em sua visão de povoar as camadas superiores da atmosfera com dirigíveis que poderiam ser utilizados para diversos fins.

A China ambiciona usar essas aeronaves em alta atitude para rastrear atividades terrestres, seja para realizar vigilância aérea, antecipar desastres naturais ou monitorar poluição. Os dirigíveis servem tanto para fins domésticos quanto militares. Os estrategistas chineses veem a estratosfera como campo de batalha para o aprofundamento da rivalidade entre grandes potências mundiais.

O dirigível que foi abatido pelos EUA, especificamente, voava em alta altitude e era capaz de conduzir operações de coleta de sinais de inteligência. Segundo um funcionário do Departamento de Estado americano, o equipamento seria claramente para vigilância de inteligência e inconsistente com o equipamento a bordo dos balões meteorológicos.

Ele tinha várias antenas para incluir uma matriz capaz de coletar e localizar geograficamente as comunicações e também era equipado com painéis solares grandes o suficiente para produzir a energia necessária para operar múltiplos sensores de coleta de inteligência ativa.


Segundo o porta-voz americano o programa de monitoramento chinês está em operação há vários anos e o balão faz parte dessa frota de balões da China desenvolvida para conduzir operações de vigilância, que normalmente são realizadas sob a direção do Exército Popular de Libertação. 

O responsável pelo desenvolvimento da tecnologia é o cientista Wu Zhe, um acadêmico sênior da Universidade Beihang, que tem sede em Pequim. A instituição possui vanguarda no desenvolvimento de pesquisas aeronáuticas e espacial. O cientista ajudou a projetar caças e jatos, desenvolveu experiência em materiais furtivos, ganhou diversos prêmios por seu trabalho no exército chinês e foi vice-presidente da universidade a qual é vinculado.

Wu foi fundador de ao menos três das seis entidades chinesas que foram punidas pelo governo americano na semana passada.

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