Em 1983, agentes do SNI flagraram Aziz na sede do jornal Tribuna da Luta Operária, numa palestra do deputado estadual João Pedro Gonçalves da Costa (PMDB), que pregava a formação de um governo provisório. No mesmo ano, ele também aparece como um dos líderes que discursaram em protesto, na Praça da Matriz, em Manaus, contra o reajuste das tarifas de ônibus pela prefeitura.
Em 1986, Aziz surge fichado numa tabela que listava as “organizações de frente” – ligadas ao PCB e ao PCdoB – dedicadas à doutrinação ideológica socialista. O atual senador seria responsável pela impressão de material de propaganda para divulgação em Manaus e no interior do Amazonas.
“O Palestino”. Esse foi o codinome dado ao pivô da recente crise entre as Forças Armadas e o Congresso, o presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM). O senador e ex-governador do Amazonas foi monitorado pela ditadura militar e listado como subversivo, em relatórios do Serviço Nacional de Informações (SNI). Aziz militou no movimento estudantil e nas campanhas pelas Diretas Já e foi um dos responsáveis pela propaganda política do PCdoB.
O apelido “O Palestino” deriva das raízes familiares. O pai, Muhammad Abdel Aziz, era imigrante. A mãe, Delphina Rinaldi Abdel Aziz, brasileira. O senador nasceu em Garça (SP) e viveu parte da infância no Peru – por isso as citações durante sessões da CPI a expressões em espanhol comuns no país andino. Em entrevista à Rádio Eldorado nesta segunda-feira, 12, Aziz afirmou que ignorava os registros do SNI.