Otan acusa China de ajudar Rússia em guerra contra Ucrânia

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) acusou pela primeira vez a China de ser um “facilitador decisivo da guerra da Rússia contra a Ucrânia” nesta quarta-feira, 10. A aliança exige que Pequim pare de enviar componentes de armas e tecnologias críticas para o Exército russo.

A declaração está em um documento aprovado pelos 32 líderes da Otan, que marca uma grande mudança na visão da aliança sobre a China, que até 2019 não era mencionada oficialmente como uma preocupação.

Pela primeira vez, a aliança juntou-se às denúncias de Washington sobre o apoio militar da China à Rússia. A declaração adverte que o apoio crescente da China a Moscou terá custos negativos para os interesses e a reputação de Pequim.

Embora não especificado, o custo mencionado pode incluir sanções econômicas. Anteriormente, países europeus, como a Alemanha, hesitavam em desafiar a China devido à sua importância como mercado.


Líderes não aprovavam parceria entre Rússia e China

No início de 2022, líderes europeus rejeitaram a “parceria sem limites” entre Rússia e China. Joe Biden também expressou dúvidas sobre a colaboração entre os dois países, conhecidos por seu histórico de inimizade.

Depois de 29 meses de guerra na Ucrânia, a visão sobre a China mudou. Pequim forneceu à Rússia componentes essenciais para sua base industrial de defesa, apesar de não enviar sistemas de armamento completos.

As evidências de inteligência foram fornecidas pelos Estados Unidos para convencer os céticos na Otan sobre o papel da China na guerra. Isso levou à publicação de sanções contra empresas chinesas envolvidas na transferência de tecnologia para a Rússia.

“A declaração demonstra que aliados da Otan agora coletivamente entendem esse desafio e estão pedindo à RPC para cessar essa atividade”, afirmou o conselheiro de segurança nacional de Biden, Jake Sullivan.

A declaração da Otan também acusa a China de atividades cibernéticas e híbridas maliciosas, incluindo desinformação contra os EUA e a Europa.

A China negou seu papel na guerra e acusou Washington de hipocrisia ao destacar a ajuda militar dos EUA à Ucrânia. Wang Wenbin, porta-voz chinês, classificou as acusações dos EUA como “hipócritas e altamente irresponsáveis”.

O impasse sobre o papel da China ameaça desfazer a boa vontade construída entre Biden e Xi Jinping depois de seu encontro em novembro de 2023 na Califórnia. Biden alertou Xi sobre interferir na eleição presidencial de 2024.

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