Polícia identifica traficante que cobrou taxa de empreiteira no RJ

A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco), da Polícia Civil, identificou o traficante que exigiu pagamento da construtora responsável pelo Parque Piedade para permitir a realização das obras. O homem seria o líder da organização criminosa que explora o Morro do 18, na Zona Norte do Rio. Na última segunda-feira, o prefeito Eduardo Paes denunciou ameaças e cobranças de taxa feitas por traficantes, que teriam exigido R$ 500 mil para a finalização do empreendimento.

O criminoso foi identificado como sendo Jean Carlos Nascimento dos Santos, conhecido como Jean do 18. A representação por sua prisão foi feita pelo delegado João Valentim, titular da especializada. O inquérito instaurado a partir da denúncia feita pela Prefeitura do Rio foi concluído e relatado ao Ministério Público. O inquérito foi distribuído para a 4ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada e será analisado. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) acompanha o caso.




— A conhecida prática miliciana de extorsão de dinheiro é adotada também pelo tráfico de drogas em comunidades do Rio de Janeiro. Estes grupos armados vem cada vez mais adotando iguais padrões criminosos sobre a população nas áreas que atuam — afirma Fábio Correa, coordenador do Gaeco.

Jean estava preso e fugiu, em janeiro do ano passado, da penitenciária Lemos Brito, conhecido como Bangu 6, no Complexo de Gericinó. Ele cumpria pena total de 66 anos, 9 meses e 28 dias de prisão por diferentes condenações. Jean é acusado de crimes como associação para o tráfico, homicídio, roubo e tráfico de drogas.

Na época, o chefe do Morro do 18 cumpria pena em regime fechado. Ele já tinha sido condenado em nove processos diferentes. Preso desde 2017, o traficante havia cumprido 6 anos, cinco meses e quatro dias de pena e ainda tinha 60 anos, quatro meses e 24 dias a cumprir. Sua prisão se deu após a acusação de invadir o fórum de Bangu, em 2013, para resgatar um preso.

Três anos após a invasão ao fórum, a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) concluiu a investigação de outro crime audacioso coordenado por Jean Carlos. Ele foi indiciado pelo homicídio de seu advogado, Roberto Viegas Rodrigues, após ele não conseguir livrá-lo das penas por outros delitos, e por ocultação de cadáver. O advogado estava desaparecido desde o dia 22 de dezembro de 2015.

De acordo com sua ficha criminal, ele é considerado de “altíssima” periculosidade. Natural do Morro do Urubu, em Pilares, Zona Norte do Rio, o criminoso praticava assaltos na região e chegou a chefiar também o tráfico de drogas na comunidade do Novo México, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio.

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