A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, desembarca no Brasil nesta segunda-feira, 12, para reunião com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo o Palácio do Planalto, a bilateral “se enquadra no conceito de retomada das relações do Brasil com a União Europeia”.
Três assuntos principais estão na pauta da reunião. Entre eles, a retomada das discussões sobre um possível acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, travado há mais de 20 anos. Em recentes ocasiões, o bloco europeu já disse que pretende fechar acordo com novos países, diminuindo sua dependência da China e Estados Unidos.
Lula já havia conversado com a alemã a respeito das parcerias econômicas com o Brasil, em conversa por telefone no início do ano, assim como sobre o desmatamento das florestas brasileiras e suas consequências para as mudanças climáticas, tema que também será retomado no encontro desta segunda.
Além disso, Lula pretende também abordar a guerra na Ucrânia, que já dura mais de um ano, e as possibilidades de avanço nas tratativas para um potencial acordo de paz entre o governo ucraniano e a Rússia.
Em declaração sobre o encontro, Lula expressou preocupações com o instrumento adicional ao acordo apresentado pela União Europeia, que amplia as obrigações do Brasil e prevê sanções em caso de descumprimento. Segundo ele, a confiança mútua deve prevalecer entre parceiros estratégicos, ao invés de desconfiança e sanções.
Lula também mencionou que a União Europeia aprovou leis próprias com efeitos extraterritoriais que podem restringir as exportações agrícolas e industriais do Brasil. Ele defende que a reciprocidade deve ser aplicada, ou seja, as sanções que valem para o Mercosul devem valer também para a União Europeia, incluindo eventuais sanções relacionadas ao cumprimento de metas ambientais.
O governo brasileiro espera que o encontro com a presidente da Comissão Europeia resulte em avanços nas negociações comerciais entre Mercosul e União Europeia, bem como em uma abordagem mais equilibrada e justa em relação às questões ambientais, garantindo a confiança mútua entre os parceiros.
Von der Leyen afirmou ao lado de Lula que a União Europeia pretende contribuir com 20 milhões de euros para o Fundo Amazônia, mecanismo que o Brasil usa para financiar ações de combate ao desmatamento com dinheiro de governos estrangeiros.
