Autor: Rafael Satiê
A mídia noticiou, à exaustão, os desdobramentos da Operação realizada por agentes de segurança pública na última terça-feira (24), na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, zona norte do Rio de Janeiro. Desconexos da realidade, os editores em grandes jornais aprovaram manchetes incitando uma revolta na população contra àqueles que arriscam suas vidas para proteger pessoas as quais nem conhecem e, por muitas vezes, os criticam.
Foram entre 23 e 25 mortos, entre os quais, a maioria com passagem pela justiça, inclusive um traficante do Amazonas, Roque de Castro Pinto Junior, que atendia pelo codinome de ‘Ponga’, e estava foragido do sistema prisional. Segundo as forças de segurança, foram meses de serviço de inteligência, que culminaram na interceptação de uma reunião envolvendo as principais cabeças do Comando Vermelho. Oriundas de vários estados do Brasil e que pretendiam fortalecer o grupo criminoso na favela da Rocinha, que também é comandada pela facção.
Cabe salientar que, as operações de rotina da polícia militar em comunidades carentes estão proibidas pelo Supremo Tribunal Federal, através da ADPF 635, em resposta a ação provocada pelo Partido Socialista do Brasil, com base na insegurança sanitária decorrente da pandemia. Esta decisão se deu em 2020 e ainda está em vigor, mesmo após a mudança da classificação de pandemia para endemia, no mês de março deste ano. E faz parecer, que as comunidades do Rio de Janeiro, contam com toda a infraestrutura sanitária necessária.
O cenário de crise na segurança pública, que se perpetua na história do Rio de Janeiro desde Brizola – primeiro governador a proibir o acesso de policiais às favelas, chegou a um nível mais elevado. Desde o surgimento da falange vermelha, atual Comando Vermelho, em 1979, no Instituto Penal Cândido Mendes, após a união de presos comuns com presos políticos, nunca se viu criminosos tão organizados. Isso se deve a segurança jurídica e política que possibilita o preparo e fortalecimento das ações de traficantes, sem serem incomodados pelas forças de segurança pública.
Um dia após a operação que neutralizou os planos de criminosos no Rio de Janeiro, Deputados do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) estiveram no Supremo Tribunal Federal (STF), reunidos com o ministro Edson Fachin, relator da ADPF 635, que está sendo chamada de “ADPF das favelas”, a fim de fazerem denúncias sobre a letalidade da polícia ao deparar-se com um grupo de marginais armados com fuzis e granadas.
Um ponto surpreendente é o vídeo que mostra pessoas, na sua maioria mulheres, agredindo verbalmente os policiais, enquanto outro cidadão grava toda a movimentação dos militares, aguardando o mais mínimo erro ou resposta.
Outro ponto importante, é a denúncia da deputada estadual, Renata Souza (PSOL), de um disparo próximo ao seu assessor que, segunda ela, guardava a “cena do crime”. Ora, essa é a função do assessor da parlamentar, pago com dinheiro do contribuinte? Quem guarda a cena do crime, pode alterar a mesma?
Um último ponto importante, são as gravações de áudios que circulam na internet em que marginais obrigam que moradores saiam as ruas para protestar contra à ação da polícia. Isso daria tempo para que os demais traficantes fugissem.
O Rio de Janeiro tem centenas de áreas controladas por grupos de poder paralelo, são cerca de 4 milhões de pessoas vivendo sob domínio de criminosos. Se sabemos que, os “donos” dessas áreas possuem forte influência sobre o voto dessas pessoas e que, em número absolutos, esse é o número de eleitores necessário para eleger até um Senador da República, qual seria a relação entre a crescente segurança jurídica e política que esses grupos detêm e as eleições deste ano?
Perceba, enquanto grupos de políticos progressistas gritam, suspostamente, em favor dos moradores das favelas, seus representantes fortalecem a posição daqueles que oprimem o povo que dizem defender. Eles dizem que a favela não é o problema, mas não porque amam aquelas localidades, e sim porque, para muitos políticos, favela é a solução.
Na realidade a favela é a consequência do real problema que é a ausência do Estado e o fortalecimento de criminosos, causados pelo Estamento Burocrático que percebeu que é mais fácil convencer os donos das favelas, em troca de segurança política e jurídica, que convencer o povo de bem que, infelizmente, precisa morar em áreas onde o Estado perdeu o controle. E, pelo visto, está longe de recuperar.
O RJ precisa de uma intervenção militar para ontem. Mas uma intervenção onde os militares possuam carta branca, para limpar primeiro as instituições públicas!
Depois realizar uma operação lenta e gradual, para minar as ações dos criminosos do trafico de drogas!