Relator vota por tornar Bolsonaro inelegível

O segundo dia do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral que analisa uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível pelos próximos oito anos foi encerrado na noite desta terça-feira (27/6). A sessão foi dedicada exclusivamente à manifestação do relator o caso, ministro Benedito Gonçalves, que votou por tornar o ex-presidente impedido de concorrer até 2030.


O motivo dessa ação é o discurso que Bolsonaro fez durante uma reunião com cerca de 70 embaixadores no dia 18 de julho de 2022. Na ocasião, o então presidente apresentou slides em inglês com erros de grafia e disse que o sistema eleitoral brasileiro é falho.

Para o magistrado, Bolsonaro foi “integralmente responsável” pela reunião, uma vez que o material da apresentação feita aos embaixadores não teve a participação de ministérios, como o Ministério das Relações Exteriores e a Casa Civil. E ressaltou que os custos do evento, de R$ 12 mil, não refletem a “inteireza dos recursos públicos empregados”.

— O valor (da reunião) nem mesmo se estima em dinheiro, maior destaque está na solenidade. O convite (aos embaixadores) não indicava assunto da reunião, e representantes diplomáticos assistiram, por mais de uma hora, a uma apresentação que envolvia elogio do mandatário a si mesmo, ataque hacker ao TSE, críticas à atuação de servidores públicos, ilações a respeito de ministros deste tribunal, exaltação à atuação das Forças Armadas e exaltação do voto impresso recusado pelo Congresso — destacou Gonçalves.

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