Advogado da família de Jéssica Vitória pedirá responsabilização das páginas de fofocas

Na quinta-feira (28), o advogado Ezequiel Souza, representante da família de Jéssica Vitória Canedo, emitiu uma declaração sobre a morte da jovem de 22 anos, ocorrida em 22 de dezembro. Em comunicado, o profissional afirmou que buscará responsabilizar os perfis de notícias nas redes sociais pela disseminação de notícias falsas envolvendo a moça e Whindersson Nunes. A mãe de Jéssica, Inês Oliveira, foi a primeira testemunha ouvida no processo na terça-feira (26).

Antes de seu falecimento, Jéssica Vitória teve supostas conversas com o humorista divulgadas na internet, inclusive pelo perfil Choquei, que possui mais de 20 milhões de seguidores no Instagram. A jovem, que sofria de depressão, veio a falecer na última sexta-feira (22).

A página Choquei se manifestou por meio de um comunicado nas redes sociais, isentando-se de responsabilidade na morte da jovem.

“Em relação aos eventos que circulam nas redes sociais e foram associados a um trágico evento envolvendo a jovem Jéssica Vitoria Canedo, queremos ressaltar que todas as publicações foram feitas com base em dados disponíveis no momento e em estrito cumprimento das atividades habituais decorrentes do exercício do direito à informação”, destaca um trecho do comunicado.

Três dias antes do falecimento, Inês Oliveira, mãe de Jéssica, gravou um vídeo no qual expressa tristeza, afirmando que a filha sofria de depressão e havia sido vítima de uma mentira.

Eis a íntegra da nota:
“Com profunda tristeza a família da jovem Jéssica Abadia Vitória Dias Canedo vem se manifestar sobre seu falecimento, ocorrido em 22/12/2023.

Vivemos numa era em que a informação se tornou amplamente acessível, especialmente por meio das redes sociais. Nunca antes na história da humanidade a disseminação de informações foi tão rápida e significativa para a sociedade. No entanto, diante da prematura partida de Jéssica, não podemos ignorar os riscos associados à propagação de informações falsas, desconexas e inverídicas, que têm prejudicado cotidianamente a vida de inúmeras pessoas e afetado a sociedade como um todo.

Embora o direito à liberdade de expressão esteja consagrado na Constituição Federal, sua prática deve observar os demais direitos previstos na Carta Magna, sobretudo o princípio da dignidade da pessoa humana. Torna-se, portanto, imperativo responsabilizar aqueles que ocupam posições de comunicadores em redes sociais pelos impactos de suas ações na vida alheia, assim como determina nosso ordenamento jurídico.

Assim, buscaremos e confiamos na justiça para que todos os envolvidos na disseminação de notícias falsas que possam ter contribuído para o falecimento de Jéssica sejam responsabilizados conforme a lei.”


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