O presidente da República, Jair Bolsonaro sancionou a Lei nº 14.197, que revoga a Lei de Segurança Nacional. A sanção foi publicada na edição de hoje (2/8) do Diário Oficial da União.
Foram 4 artigos vetados pelo presidente. Eles tratam de: financiamento de fake news no processo eleitoral; ação penal privada subsidiária em casos de crimes contra o funcionamento das instituições democráticas no processo eleitoral; crimes contra a cidadania — por exemplo, atentado a direito de manifestação; aumento de pena nos crimes previstos na lei se forem cometidos por funcionários públicos ou militares ou “com violência grave”.
O Congresso deve analisar os vetos do presidente em até 30 dias. Como foi relatado aqui no Vista Pátria, o texto foi aprovado em maio pela Câmara dos Deputados e em 10 de agosto pelo Senado.
Confira os trechos vetados
“Art. 359-O: Promover ou financiar, pessoalmente ou por interposta pessoa, mediante uso de expediente não fornecido diretamente pelo provedor de aplicação de mensagem privada, campanha ou iniciativa para disseminar fatos que sabe inverídicos capazes de comprometer o processo eleitoral: Pena: Reclusão de 1 (um) a 5 (cinco) anos e multa.”
“Art. 359-Q: Para os crimes previstos neste Capítulo [dos crimes contra o funcionamento das instituições democráticas no processo eleitoral], admite-se ação privada subsidiária, de iniciativa de partido político com representação no Congresso Nacional, se o Ministério Público não atuar no prazo estabelecido em lei, oferecendo a denúncia ou ordenando o arquivamento do inquérito.”
“Art. 359-S: Impedir, mediante violência ou grave ameaça, o livre e pacífico exercício de manifestação de partidos políticos, de movimentos sociais, de sindicatos, de órgãos de classe ou de demais grupos políticos, associativos, étnicos, raciais, culturais ou religiosos: Pena — reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. § 1º Se resulta lesão corporal grave: Pena — reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos. § 2º Se resulta morte: Pena — reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.”
“Art. 359-U: Nos crimes definidos neste Título [dos crimes contra o estado democrático de Direito], a pena é aumentada: I — de 1/3 (um terço) se o crime é cometido com violência ou grave ameaça exercidas com emprego de arma de fogo; II — de 1/3 (um terço), cumulada com a perda do cargo ou da função pública, se o crime é cometido por funcionário público; III — de metade, cumulada com a perda do posto e da patente ou da graduação, se o crime é cometido por militar.”