EUA levarão exigências de Moscou para aliados em meio ao impasse

Os Estados Unidos disseram que vão compartilhar as exigências russas para a segurança da Europa com seus aliados após Moscou os entregar durante as negociações que ocorrem hoje. A secretária de Estado adjunta dos Estados Unidos, Karen Donfried, está na capital russa nesta quarta-feira (15).


A diplomata dos EUA chegou em um momento de crescentes tensões Leste-Oeste sobre o crescimento de tropas russas próximo da Ucrânia. Os países ocidentais alertaram que a Rússia pode estar prestes a lançar um novo ataque à Ucrânia, algo que Moscou negou.

A Rússia quer que os Estados Unidos e a OTAN ofereçam garantias de segurança juridicamente vinculativas de que a aliança militar ocidental não se expandirá mais para o leste ou implantará certos sistemas de armas na Ucrânia e em outros países que fazem fronteira com a Rússia.

“Os representantes americanos receberam literalmente propostas concretas hoje em nosso Ministério das Relações Exteriores que visam desenvolver garantias legais de segurança para a Rússia”, disse Yuri Ushakov, assessor do Kremlin, aos repórteres.

“Estamos prontos para iniciar negociações sobre esta questão crucial imediatamente”, disse Ushakov após uma chamada de vídeo entre o presidente russo Vladimir Putin e o presidente chinês Xi Jinping, na qual ele disse que Xi apoiou a posição da Rússia.


Donfried se encontrou com o vice-ministro das Relações Exteriores Sergei Ryabkov para breves conversas no ministério na quarta-feira e depois manteve conversas separadas com Dmitry Kozak, a pessoa certa de Putin sobre a Ucrânia.

“Ryabkov pediu para se reunir comigo para compartilhar as propostas de Moscou sobre segurança europeia. Levarei essas ideias de volta a Washington e também as compartilharei com nossos aliados e parceiros”, disse Donfried em um vídeo postado pela embaixada dos EUA em Moscou no Twitter.

O Kremlin diz que a expansão da OTAN ameaça a Rússia e vai contra as garantias que lhe foram dadas quando a União Soviética entrou em colapso em 1991. A OTAN diz que suas atividades são defensivas e projetadas para impedir a agressão da nova Rússia, enquanto Washington disse repetidamente que nenhum país pode vetar as esperanças da OTAN na Ucrânia.

Donfried viajou para Moscou depois de conversar com altos funcionários ucranianos para oferecer apoio diante do acúmulo de tropas russas.

A Ucrânia, há muito tempo em desacordo com a vizinha Rússia, intensificou a cooperação militar com a OTAN, e o Grupo dos Sete alertou a Rússia na semana passada que enfrentaria consequências maciças e custos severos se atacasse a Ucrânia.

A Rússia anexou a região da Crimeia na Ucrânia em 2014 e apoiou separatistas pró-russos que tomaram uma faixa do leste da Ucrânia no mesmo ano.

Reuters – (Reportagem de Anton Kolodyazhnyy e Anastasia Lyrchikova; Escrita de Olzhas Auyezov e Tom Balmforth; Edição de Andrew Osborn, Mark Trevelyan e Giles Elgood)

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