Irmãos são presos suspeitos de desvio em verba do orçamento secreto

Nesta sexta-feira (14/10), a Polícia Federal prendeu 2 irmãos em uma operação que apura um suposto esquema para desvio de verbas do orçamento secreto. Eles são apontados como os responsáveis por inserir dados falsos em sistemas do Sistema Único de Saúde (SUS) em vários municípios maranhenses para inflar a quantidade de procedimentos realizados e, dessa forma, aumentar o repasse de recursos para financiá-los.


Segundo a PF, Roberto Rodrigues de Lima e Renato Rodrigues de Lima foram presos na ação. A corporação cumpre 16 mandados de busca e apreensão, além dos 2 de prisão temporária. A operação “Quebra Ossos” está sendo realizada em 7 cidades do Maranhão e do Piauí.

De acordo com as investigações, o município Igarapé Grande (MA) teria informado a realização de mais de 12.700 radiografias de dedo em 2020. A população da cidade não chega a 11.500 pessoas, segundo a PF. Com o número informado, o teto de repasses federais com base em emendas parlamentares para a saúde no município aumentou em 2021.

Os irmãos Roberto e Renato teriam sido os responsáveis pela inserção de dados falsos no sistema do SUS. Empresas também são investigadas por suposto envolvimento nos crimes, com fraudes em contratos. Essas empresas estariam no ranking das que mais receberam recursos públicos da saúde de 2019 a 2022 no Maranhão, sendo que uma delas recebeu quase R$ 52 milhões.

A investigação da CGU identificou que o número de procedimentos informados pelos médicos era inferior ao inserido no sistema do SUS. Também indica que o operador que incluiu as informações falsas não era contratado formalmente pelo município Igarapé Grande, mas tinha permissão da Secretaria de Saúde para incluir dados no sistema, além de poder solicitar valores de emendas.


Segundo a PF, os investigados podem responder por inserção de dados falsos, fraude à licitação, superfaturamento contratual, peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

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