Ministério confirma declarações de Damares sobre graves abusos infantis no Pará

Nesta terça-feira (11/10), o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos divulgou uma nota informando que numerosos inquéritos foram instaurados para apurar uma série de “fatos gravíssimos” praticados contra crianças e adolescentes e que são essas investigações que fundamentam as declarações da ex-ministra e senadora eleita Damares Alves, feitas em um discurso no sábado 8, em Goiânia.


A nota é uma espécie de resposta ao Ministério Público Federal do Pará, que na segunda-feira 10 cobrou explicações da pasta acerca das declarações de Damares. Ela afirmou que há tráfico de crianças e casos gravíssimos de abuso, citando especificamente o arquipélago de Marajó. O MPF pediu detalhes dos casos e quer saber quais providências foram tomadas pelo MDH.

O ministério não menciona casos específicos, como os citados por Damares no discurso, mas confirma inúmeros casos de violência sexual contra crianças e adolescentes.

Segundo o MDH, as denúncias recebidas pela ouvidoria são encaminhadas aos órgãos competentes e, posteriormente, monitoradas para assegurar o andamento das investigações e providências.

Sobre Marajó, a nota diz que o programa Abrace o Marajó foi criado justamente como resposta à vulnerabilidade social, econômica e ambiental, e que desde 2020, cerca de R$ 950 milhões foram investidos em iniciativas para o desenvolvimento econômico e social do arquipélago. “Esta pasta tem total ciência da gravidade do problema e age diuturnamente para combater essa e outras práticas criminosas”, afirma o MDH, na nota.


Apesar de o MPF cobrar explicações sobre a denúncia da ex-ministra, o problema de exploração sexual de crianças e adolescentes é de conhecimento público. Em agosto de 2019, a Polícia Civil e o Ministério Público do Pará deflagraram a operação Resgate Marajó, levando à prisão 20 pessoas envolvidas com o crime. Segundo o MP-PR, aquela foi “considerada a maior operação da história do Estado do Pará, em relação a casos de abuso e exploração sexual, na região da Ilha do Marajó”.

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