Ministro autoriza abertura de inquérito para investigar governador do Rio

O ministro Raul Araújo, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), autorizou a abertura de um inquérito para investigar o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), por suposto envolvimento em um esquema de corrupção. O pedido de inquérito foi feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e defendeu a apuração de seis crimes praticados a partir de 2017, incluindo organização criminosa, fraude em licitações, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e peculato, que é o desvio de dinheiro público.


O inquérito faz parte do processo da Operação Catarata, que apura um esquema de corrupção na Fundação Leão XIII, órgão responsável por políticas de assistência social do governo do Estado do Rio. A investigação do Ministério Público do Rio (MP-RJ) denunciou 25 pessoas, incluindo a ex-deputada federal Cristiane Brasil e o ex-secretário estadual de Educação Pedro Fernandes, por causar prejuízos de até R$ 32 milhões aos cofres públicos.

O processo estava na 26ª Vara Criminal da Justiça do Rio, mas foi encaminhado ao STJ depois que um dos réus fechou acordo de delação premiada e fez acusações contra o governador Cláudio Castro. O delator é o empresário Marcus Vinícius Azevedo da Silva, que contou ao MP-RJ que ajudou a financiar a campanha de Castro a vereador em 2016 e virou assessor dele na Câmara Municipal do Rio.

De acordo com o delator, Cláudio Castro recebeu propina em contratos da Prefeitura do Rio em 2017, quando era vereador, e participou de um esquema de corrupção em projetos de assistência social da Fundação Leão XIII, até recebendo propina em dólar nos Estados Unidos. Marcus Vinícius ainda relatou uma visita do então vice-governador à empresa Servlog, que tinha contratos com a Fundação, e disse que Castro recebeu R$ 120 mil em propina em dinheiro vivo, de Flávio Chadud, dono da empresa.

Cláudio Castro e Flávio Chadud negam as acusações, e a assessoria do governador e a defesa de Chadud ainda não se pronunciaram sobre a autorização do STJ para a abertura do inquérito.


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *