Real é a segunda moeda que mais sobe no ano

O real foi a segunda moeda que mais valorizou em 2022. A moeda brasileira só fica atrás do rublo russo entre as que mais se valorizaram até o momento no ano frente ao dólar.


A valorização do real no primeiro semestre de 2022 foi de 5,98% – atrás apenas da disparada de mais de 45% do rublo russo, segundo levantamento feito com dados do Investing.

O economista Bruno Cesar Cotrim explica que a disparada da moeda da Rússia acompanhou a determinação do presidente do país, Vladmir Putin, de que todas as negociações comerciais com o país deveria ser na moeda local.

“O rublo teve essa grande valorização porque o Putin exigiu que qualquer tipo de negociação fosse feita em rublo. Então, os países que queriam negociar com a Rússia gás natural, petróleo, insumo agrícola e até a parte de grãos teriam que fazer essa conversão de moeda. Isso acabou gerando uma valorização da moeda, que estava muito desvalorizada por causa da guerra”, diz Cotrim, que também é economista.

Já sobre a valorização da moeda brasileira, economistas apontam uma conjunção de fatores nos últimos meses, como antecipação da alta de juros, alta das commodities e fluxo estrangeiro. Veja abaixo


Aumento das commodities

Apesar de terem pressionado a inflação, os preços elevados das commodities nos últimos meses beneficiaram a moeda do Brasil, já que o país é exportador de muitos desses produtos.

Alta de juros

Juros baixos era uma realidade em diversos países pelo mundo durante a pior fase da pandemia – incluindo o Brasil. As taxas foram mantidas por meses em patamares historicamente baixos como tentativa de manter a economia aquecida em meio às restrições de funcionamento de diversas atividades.

Quando as preocupações com a inflação começaram a aumentar, o Brasil foi um dos primeiros a começar a subir a taxa básica de juros – já que isso restringe o consumo e tende, portanto, a controlar os preços. “Nós iniciamos a valorização do nosso dinheiro antes”, resume Cotrim.

Fluxo estrangeiro

O especialista comenta ainda que, com a guerra na Ucrânia, houve uma “reorganização dos fluxos para países emergentes”, o que acabou atraindo recursos estrangeiros para o mercado financeiro brasileiro, beneficiando o real.

Outro ponto citado por ele tem a ver com a bolsa de valores brasileira, que no começo do ano chegou a atrair um fluxo intenso de investidores estrangeiros, em busca de “empresas descontadas” – também elevando a demanda por reais. “Isso também ajudou na performance do real, quando teve um fluxo de renda variável bastante importante no começo do ano”, diz o economista.

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