Relação do Brasil com China e Rússia preocupa EUA, segundo The Washington Post

O governo dos Estados Unidos está preocupado com a relação do Brasil com China e Rússia, segundo matéria publicada pelo jornal americano The Washington Post. De acordo com documentos confidenciais vazados por um ex-guarda aéreo do país em abril, a administração de Joe Biden está acompanhando de perto as recentes movimentações de Lula na política internacional.


Entre as declarações que chamaram a atenção dos americanos estão as sobre a guerra da Ucrânia e a sugestão da criação de um clube da paz para mediar o conflito no leste europeu. A ideia teria o apoio do presidente russo, Vladimir Putin, já que os russos consideram que a proposta de Lula pode neutralizar a narrativa de quem é o agressor e quem é a vítima.

Os documentos também apontam que os EUA estão analisando as tentativas do governo brasileiro de interferir em questões de interesse bilateral entre os Estados Unidos e a China.

Segundo a reportagem do The Washington Post, todos os acenos de Lula a rivais geopolíticos dos americanos foram vigiados. Durante a viagem à Pequim em abril, Lula disse que os EUA estariam incentivando a guerra. Na sequência, o ex-presidente brasileiro recebeu Sergey Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, que declarou que os dois países tinham uma visão comum.

Na viagem à Espanha, Lula disse que não cabe a ele decidir de quem é a Crimeia. Antes, em Portugal, o presidente disse que tanto Rússia quanto Ucrânia eram responsáveis pelo confronto.


Além disso, a postura de Lula ao permitir que embarcações do Irã atracassem no Rio de Janeiro em fevereiro também foi citada. O governo dos EUA disse que o Brasil estava enviando uma mensagem errada ao mundo ao abrigar os navios.

A reportagem do The Washington Post ainda destaca que a Casa Branca teme perder influência em países emergentes, e que outros governos também são vigiados pelos americanos, como África do Sul, Argentina, Índia, Paquistão e Egito.

O Brasil tem tradicionalmente mantido relações cordiais com os Estados Unidos, mas o governo Lula tem se aproximado de países como Rússia e China, o que tem gerado preocupação em Washington. Ocorre que o país também é um importante parceiro comercial do Brasil, sendo o segundo maior destino das exportações brasileiras. A tensão entre os dois países pode ter consequências significativas para a economia brasileira.

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