O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que vai aprovar a reforma tributária, se o presidente Jair Bolsonaro ganhar a reeleição. “Como bancar o Auxílio Brasil de R$ 600?”, interpelou o ministro, durante o evento TAG Summit, na quarta-feira (17/8).
“Um dia depois da eleição, basta aprovar a reforma tributária no Senado, porque na Câmara dos Deputados já passou.”
Guedes reafirmou que o gasto extra para bancar o auxílio de R$ 600 neste ano está sendo compensado com receitas extraordinárias, como pagamento de dividendos das estatais. Segundo o ministro, a situação fiscal do Brasil é sólida.
Neste mês, Guedes disse defender a cobrança de uma alíquota de 15% sobre o excesso de lucros superiores a R$ 400 mil por mês. A medida atingiria 60 mil pessoas, que recebem cerca de R$ 300 bilhões em dividendos por ano. Isso hoje não é taxado por conta de uma regra estabelecida em 1996, na reforma tributária feita pelo então governo Fernando Henrique Cardoso.
À época, a justificativa foi a de que as empresas pagam impostos muito altos e que os dividendos teriam de ficar isentos para compensar e não tornar o ambiente econômico hostil para os negócios. No modelo proposto por Guedes, a cobrança de 15% seria só sobre lucros e dividendos que ultrapassarem o valor de R$ 400 mil por mês.