A ONG HRW divulgou na tarde de hoje (19/10) um relatório que denuncia abusos sistemáticos do governo cubano contra manifestantes pacíficos nos protestos que tomaram conta do país em julho de 2021.
A Human Rights Watch entrevistou mais de 150 pessoas, incluindo jornalistas, advogados e as vítimas e seus familiares, entre julho e outubro de 2021.
Essa foi “essencialmente a resposta brutal de um governo que concentra todo o poder há décadas (…) e que foi surpreendido por manifestações espontâneas”, afirmou o diretor para as Américas da HRW, José Miguel Vivanco, durante a apresentação em Miami do último relatório da organização.
As autoridades prenderam mais de 1.000 pessoas durante as manifestações pacíficas. Deste total, mais de 500 continuam atrás das grades, e muitas outras, em prisão domiciliar, disse a HRW, citando a ONG cubana Cubalex.
Um dos autores do relatório da HRW, Juan Pappier, deu uma declaração sobre esse caso:
Manifestantes pacíficos e outros críticos foram sistematicamente detidos, mantidos incomunicáveis, submetidos a abusos em condições carcerárias nefastas e julgados em processos que são uma verdadeira farsa.
Juan Pappier
De acordo com o relatório, os funcionários envolvidos nos abusos incluem membros de serviços de inteligência, as polícias militar e nacional e a brigada nacional especial do Ministério do Interior. Também houve o envolvimento de grupos de civis organizados pelo governo.
Além das prisões, vale ressaltar que também há um registro da morte do cantor Diubis Laurencio Tejeda, no dia 12 de julho. O Observatório Cubano de Direitos Humanos disse que Tejeda levou um tiro nas costas por um policial. No entanto, ninguém foi responsabilizado.
A HRW disse que reuniu evidências de abusos de direitos por parte da polícia e do exército cubano a partir de entrevistas telefônicas com vítimas, seus familiares, jornalistas e advogados, assim como expedientes de casos, informações da imprensa, fotografias e vídeos.
Excelente site. Parabéns Allan!