Por causa das cotas, mulheres são obrigadas a concorrer e isso é um prato cheio para os partidos lavarem dinheiro com candidatas fantasmas. Pelo menos 30% das candidaturas à Câmara dos Deputados devem ser de mulheres. Elas também devem receber no mínimo 30% dos recursos públicos.


O fundo eleitoral, que neste ano ficou em R$ 5 bilhões, é distribuído por dirigentes partidários e, agora, cai na conta de candidatos que não estão fazendo campanha. A divisão beneficia até quem abandonou a disputa ou está com a candidatura indeferida, sem devolução da verba para os cofres públicos.

Foram repassados ao menos R$ 5,8 milhões do fundo eleitoral para estas candidatas. O dinheiro público caiu na conta de políticos que, a 12 dias das eleições, praticamente não fizeram campanha, não usaram as redes sociais para divulgar seus nomes, não distribuíram santinhos, são neófitos ou tiveram votação pífia em disputas passadas.

Segundo apurou o Estadão, no Amazonas, a candidata a deputada federal pelo PROS, Adriana Mendonça, cujo ex-marido é candidato ao governo do Estado, ganhou R$ 3 milhões do fundo eleitoral e se tornou a líder nacional em repasses do partido. Em 2018, ela recebeu 41 votos e terminou a disputa naquele ano com as contas rejeitadas por ocultar gastos da Justiça Eleitoral. O valor destinado a ela é maior do que a candidatos com grande potencial eleitoral. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por exemplo, recebeu R$ 2 milhões para sua reeleição; Eduardo Bolsonaro (PL-SP), campeão nacional de votos na última disputa, R$ 500 mil.

O PP de Rondônia entregou R$ 2,2 milhões para a candidata estreante Marlucia Oliveira, que contratou uma empresa de marketing sem ter feito propaganda nas redes sociais.


Em Minas, o PROS pôs R$ 300 mil na conta da candidata Gisele da Costura, estreante na política. Nas redes, ela publicou apenas uma foto com o número de urna desde que a campanha começou, em 16 de agosto. “O partido explicou que tinha necessidade de ter candidatas mulheres, de pele negra, que isso ajudava o partido. Foi nessa que eu entrei. O partido precisa de uma certa quantidade de mulheres, né?”, disse ela.

*Com informações do Estadão

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