Líderes da UE ameaçam a Rússia com sanções caso invadam a Ucrânia

A UE ameaçou na quinta-feira a Rússia com “consequências maciças”, “custo grave” e até mesmo sanções coordenadas no caso de qualquer “nova agressão contra a Ucrânia”, de acordo com conclusões adotadas durante uma cúpula do Conselho Europeu.


Mas a conversa aparentemente dura de Bruxelas esfarçou o desacordo contínuo entre os 27 países sobre exatamente quais ações poderiam ser tomadas, bem como a incerteza sobre se a UE e os parceiros internacionais, incluindo os EUA e o Reino Unido, chegaram a uma definição acordada sobre o que constituiria “nova agressão” por Moscou.

“O Conselho Europeu reitera seu total apoio à soberania e integridade territorial da Ucrânia”, afirmaram os líderes da UE em suas conclusões, que foram aprovadas na quinta-feira à noite em sua cúpula em Bruxelas. “Qualquer agressão adicional contra a Ucrânia terá consequências maciças e custos severos em resposta, incluindo medidas restritivas coordenadas com parceiros.”

A Rússia violou a integridade territorial da Ucrânia em 2014, começando com uma invasão e anexação da Crimeia. Seguiu-se o apoio do Kremlin a uma violenta revolta separatista nas regiões de Luhansk e Donetsk, iniciando uma guerra que continuou por quase oito anos.

Na quarta-feira, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy instou seus apoiadores ocidentais, incluindo a UE, a impor sanções punitivas preventivas contra a Rússia na esperança de dissuadir uma nova invasão ou outros ataques — um pedido que funcionários da UE disseram ser praticamente impossível de conceder, dados os obstáculos legais e políticos.


Os EUA e seus aliados da OTAN, bem como a UE, têm trabalhado para coordenar seus planos desde que Washington começou a alertar em voz alta sobre uma ameaça potencialmente iminente, compartilhando informações sobre uma enorme mobilização militar russa ao longo da fronteira com a Ucrânia.

Embora as verdadeiras intenções do presidente russo Vladimir Putin não sejam claras, seu governo emitiu uma série de demandas, incluindo garantias rígidas de que a Ucrânia e a Geórgia nunca se juntarão à OTAN. Algumas autoridades russas ameaçaram abertamente um ataque caso o Ocidente não atendesse aos pedidos de Moscou.

Em suas conclusões de quinta-feira à noite, os líderes da UE também reiteraram seu compromisso com as chamadas negociações de paz no Formato da Normandia (nome dado as negociações para resolução do conflito ucraniano) lideradas pela França e pela Alemanha. Até agora, a iniciativa diplomática não conseguiu resolver a guerra no leste da Ucrânia através da implementação de um acordo de paz conhecido como Minsk 2.

“O Conselho Europeu incentiva os esforços diplomáticos e apoia o Formato da Normandia para alcançar a plena implementação dos Acordos de Minsk”, afirmaram os líderes.

A Rússia nos últimos meses se recusou a participar das reuniões do Formato Normandia, seja no nível de líderes ou ministerial, e muitos funcionários e diplomatas acreditam que as negociações estão quase mortas.

Putin insistiu que a Ucrânia não está cumprindo seus compromissos sob o acordo, incluindo a realização de eleições locais nas disputadas regiões de Donetsk e Lugansk e a tomada de medidas para conceder-lhes status autônomo especial.

Kiev, por sua vez, acusou a Rússia de não criar as condições prévias estabelecidas no acordo, incluindo a retirada de armas e combatentes. Autoridades ucranianas insistem que a autoridade sobre as regiões e o controle das fronteiras externas devem ser restaurados antes que eleições ou outros passos adicionais possam ser dados.

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